Tia Nana


Estavam todos sentados em torno da mesa de centro, Tia Nana acabara de fazer um café quentinho e servia a família. As crianças brincavam no quintal sem preocupações. A senhora gorda de pés inchados foi-se arrastando até a cozinha pequena para pegar alguns biscoitos que sobrara do café da manhã, para servir aos seus convidados.
Jonas levantou-se e foi ajudá-la, o menino magrinho e ligeiro era casado com a filha de Tia Nana, uma moça da pele vermelha e cabelos amarelos. Jonas trouxe a bandeja com alguns biscoitos, dois pães amanhecidos e um pedaço de requeijão caseiro.
Ana tomou um gole do café preto e torceu o nariz ao ver os pães amanhecidos trazidos por Jonas. todos falavam freneticamente sobre assuntos diversos quando Aluísio decidiu que já era hora de ir. Despediu-se e chamou seu filho para irem embora. Luisa esperou ele fazer a curva na esquina para revirar os olhos.
Tia Nana não fazia questão de luxo, era simples e humilde. Ana tinha ouro até no dente, pegava tudo na ponta dos dedos e não gostava de Aluísio porque ele era preto.
Cassandra ouvia tudo em silêncio, se perguntando se as mulheres tinham espelho para ver em seus rostos o desprezo.
Jonas vivia sorridente, era feliz só porque era crente. vivia compartilhando muitas correntes e o manual da vida recitando sempre sorridente. Tentado converter todos, principalmente Aluísio, que era ateu.
Ana começou a brigar com Cassandra, que todos diziam que era santa, mas vivia com um preto esbelto na favela.
Tia Nana foi aprontar a janta, Ana disse não ter mais fome e já foi-se embora com seu possante. Cassandra disse ter um encontro com eu amante. Jonas tinha que dormir cedo pra no outro dia ir trabalhar.
No fim só ficou a Tia Nana e sua janta.

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