Dó... - As Ruínas de Jorge

Na manhã  seguinte, Oswaldo ouviu o bater da porta da frente e levantou-se num susto. Jorge já estava na rua, com seu agasalho listrado qque parecia um pijama. Juliana olhou por entre as cobertas, acompanhou com os olhos até que Oswaldo fechasse a porta atrás de si e voltou a dormir.

Oswaldo ainda estava sem camisa só com os shorts do pijama, correndo no meio da rua atrás de Jorge. Os vizinhos olharam para ele com espanto e indignação.

_ Jorge aonde você vai?

_ Vou para a minha casa. Tenho que limpar aquela bagunça.

_ Mas espera que vamos te ajudar. Você não precisa fazer isso sozinho. E nem agora. Vamo lá. você nem tomou café ainda.

_ Eu não estou com fome.

Jorge seguiu seu caminho em direção à sua casa. Foi caminhando pelo centro da cidade. Sua casa ficava do outro lado do centro, na periferia. Passou perto do apartamento de Jenifer e pensou em parar. Olhou para o alto e viu as janelas abertas de onde saía uma música alegre e animada. “Super feliz, como sempre” pensou ele enquanto seguia seu caminho.

Ao chegar na rua de sua casa esbarrou em uma senhora que carregava várias sacolas de supermercado.

_ Ai, desculpa moço. Eu estava distraída.

_ A senhora precisa de ajuda?

_ Ai eu preciso sim _ a mulher entregou algumas sacolas para ele _ Você viu que tragédia, a casa que queimaram aqui na rua. Pobre coitado de quem morava aqui. Dizem que não sobrou nada que se pudesse salvar.

_ Na verdade sobrou a cadeira de jardim. Ficou chamuscada por causa do fogo, mas dá pra usar ainda.

_ Você conhece as pesoas que moravam lá?

_ A casa era minha mesmo. Vou lá ver se limpo aquela bagunça.

_ Meu Deus, e o senhor está bem?

_ Ah eu estou bem sim. Meu cachorro que ainda está no hospital veterinário, acho que vai ficar bem.

_ Nossa que dó.

_ As Ruínas de Jorge, Cap. 2

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