Euclides carregou quase metade do entulho até a caçamba e já estava todo ensopadode suor. Oswaldo havia carregado alguns blocos e tirado um pouco das cinzas com uma vassoura que a mulher de Euclides emprestou. Jorge ia retirando os entulho de cima de alguns objetos e ia vasculhando pra ver se encontrava algo inteiro.
Os dois homens estavam cançados, mas Jorge não esboçava sinais de fadiga, apenas retirava blocos e tijolos e separava objetos na calçada. Euclides convidou-os para entrar, ele queria tomar um banho e Oswaldo já estava um pouco irritado com a teimosia do amigo.
Quando enfim conseguiram convencer Jorge a entrar e tomar um copo d’água, Euclides foi direto para o chuveiro. Coitado. O homem trabalhara a noite inteira e ainda removeu todo aquele entulho.
Enquanto isso a mulher de Euclides preparou um suco de laranja e serviu aos dois homens.
_ Tomem um pouco de suco. Vocês estão desidratando com esse calor.
_ Obrigado _ agradeceu Oswaldo. Mas Jorge pegou o copo sem olhar para a mulher. Apenas encheu a boca com o suco e continuo olhando para fora, onde estava o esqueleto de sua casa. _ Eu não sei o seu nome..
_ É Margarete.
_ Muito prazer Margarete. Sou Oswaldo, amigo de Jorge. Desculpa invadir sua casa assim, mas o Euclides insistiu.
_ Imagina. Vocês precisavam mesmo descansar.
_ O Jorge principalmente. Não dormiu bem e já venho cedinho pra cá.
_ É muito triste tudo isso. A Thaís estava tão feliz com a casa nova. Ela me levou lá pra ver como tinha ficado. Um palácio. Você sabia que ela decorou a cozinha inteira com bordados e rendas que ela mesma fez?
_ Eu não sabia. Não tive tempo ode vir visitá-los. Meu trabalho não me deixa sair muito.
_ Você trabalha com o que?
_ Eu sou eletricista companhia telefônica.
_ Ah… Aqueles que ficam pendurados nos postes?
_ É, esse mesmo.
_ Você está se sentindo bem Jorge? _ Margarete estava preocupada com o silencio de Jorge (todos estavam). Não que ele fosse um homem falante, mas quando uma pessoa fica muito quieta depois de uma tragédia dessas é preocupante mesmo.
Jorge não pronunciava palavra alguma. Em nenhum momento. ficava assim, olhando o horizonte. conversando consigo mesmo em pensamento. Só Deus sabe o que tanto ele dialoga com seu próprio eu.
_ As Ruínas de Jorge, Cap. 4
Os dois homens estavam cançados, mas Jorge não esboçava sinais de fadiga, apenas retirava blocos e tijolos e separava objetos na calçada. Euclides convidou-os para entrar, ele queria tomar um banho e Oswaldo já estava um pouco irritado com a teimosia do amigo.
Quando enfim conseguiram convencer Jorge a entrar e tomar um copo d’água, Euclides foi direto para o chuveiro. Coitado. O homem trabalhara a noite inteira e ainda removeu todo aquele entulho.
Enquanto isso a mulher de Euclides preparou um suco de laranja e serviu aos dois homens.
_ Tomem um pouco de suco. Vocês estão desidratando com esse calor.
_ Obrigado _ agradeceu Oswaldo. Mas Jorge pegou o copo sem olhar para a mulher. Apenas encheu a boca com o suco e continuo olhando para fora, onde estava o esqueleto de sua casa. _ Eu não sei o seu nome..
_ É Margarete.
_ Muito prazer Margarete. Sou Oswaldo, amigo de Jorge. Desculpa invadir sua casa assim, mas o Euclides insistiu.
_ Imagina. Vocês precisavam mesmo descansar.
_ O Jorge principalmente. Não dormiu bem e já venho cedinho pra cá.
_ É muito triste tudo isso. A Thaís estava tão feliz com a casa nova. Ela me levou lá pra ver como tinha ficado. Um palácio. Você sabia que ela decorou a cozinha inteira com bordados e rendas que ela mesma fez?
_ Eu não sabia. Não tive tempo ode vir visitá-los. Meu trabalho não me deixa sair muito.
_ Você trabalha com o que?
_ Eu sou eletricista companhia telefônica.
_ Ah… Aqueles que ficam pendurados nos postes?
_ É, esse mesmo.
_ Você está se sentindo bem Jorge? _ Margarete estava preocupada com o silencio de Jorge (todos estavam). Não que ele fosse um homem falante, mas quando uma pessoa fica muito quieta depois de uma tragédia dessas é preocupante mesmo.
Jorge não pronunciava palavra alguma. Em nenhum momento. ficava assim, olhando o horizonte. conversando consigo mesmo em pensamento. Só Deus sabe o que tanto ele dialoga com seu próprio eu.
_ As Ruínas de Jorge, Cap. 4
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