Canção do Exílio - Gonçalves Dias

Por muito tempo fui apaixonada por essa poesia e até cheguei a pensar que deveria ser nosso hino nacional. É a carta de amor de um patriota à sua nação. E esta está listada na Revista Bula como uma das 10 maiores poesias brasileiras de todos os tempos.



Gonçalves Dias (Antônio G. D.), poeta, professor, crítico de história, etnólogo, nasceu em Caxias, MA, em 10 de agosto de 1823, e faleceu em naufrágio, no baixio dos Atins, MA, em 3 de novembro de 1864. É o patrono da Cadeira n. 15, por escolha do fundador Olavo Bilac.

Entre suas obras:

  • Primeiros contos, poesia (1846); 
  • Leonor de Mendonça, teatro (1847); 
  • Segundos cantos e Sextilhas de Frei 
  • Antão, poesia (1848); Últimos cantos (1851); 
  • Cantos, poesia (1857); Os Timbiras, poesia (1857); 
  • Dicionário da língua tupi (1858); 
  • Obras póstumas, poesia e teatro (1868-69); 
  • Obras poéticas, org. de Manuel Bandeira (1944); 
  • Poesias completas e prosa escolhida, org. de Antonio Houaiss (1959); 
  • Teatro completo (1979).


Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

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