Coisas que não faço mais - Projeto 642

Esse Projeto estava um pouquinho parado, jogadinho de lado, mas agora eu retomei ele com um pouco mais de entusiasmo. Pra quem não conhece O Projeto, ele consiste em uma lista de assuntos aleatórios para escrever sobre e funciona como um exercício para escritores fugirem do tão temido bloqueio criativo. E o tema de hoje é:

O que você costumava fazer; porém, agora não faz mais?


Eu costumava fazer muitas coisas, algumas que era bem divertidas e outras que eram prejudiciais para minha saúde mental. Deixei de fazer coisas que já não tinham importância ou que já não tinham nada para me ensinar. Aqui está uma lista das coisas que não faço mais:

  • Assistir sessão da tarde
  • Jogar Need For Speed para ficar passeando com vários carros diferentes
  • Assistir o Video Show só pra ficar vendo os Falha Nossa e os Making Of da TV
  • Assistir TV Fama só pra ficar sabendo as fofocas dos famosos
  • Jogar jogos de Tabuleiro
  • Jogar Stop de papel
  • Ficar pendurada na janela/varanda pra ver o movimento
  • Conversar com meus amigos imaginários
  • Ficar horas sem fazer absolutamente nada


...

E tinha muitas outras coisas que, por eu não fazê-las mais, não me lembro quais eram...


O salva-vidas - Projeto 642

Estou participando de um novo projeto para escritores chamado Projeto 642, que consiste em escrever sobre vários temas propostos pelo projeto, como um exercício de escrita. Pra quem não conhece O Projeto, ele consiste em uma lista de assuntos aleatórios para escrever sobre e funciona como um exercício para escritores fugirem do tão temido bloqueio criativo. E este é o segundo tema:

Você é um super herói. Qual o seu poder e como você vai usá-lo?


Eu estava lá, dividido outra vez entre fazer o que era certo e deixar meu coração pensar por mim. O dia estava ensolarado, mas um vento frio atravessava meu corpo vindo da janela aberta a minha frente. "Coração não tem cérebro, logo, ele não pensa" era o que dizia minha consciência. Mas vendo-a assim deitada nessa cama de hospital, com tantos tubo e frios a atravessar-lhe a pele cintilante de tão branca, era algo que me fazia vacilar.
Havia tantas almas que mereciam a minha atenção neste momento e eu me recusava a cumprir o meu propósito. Estava cego e agia em desconformidade com o universo. Sempre me perguntei se o universo era responsável pelo meu dom, mas agora percebo que a responsabilidade era toda minha. Queria viver eternamente com ela do meu lado e me senti estupidamente egoísta por isso. Me lembrei das vezes em que manipulei as pessoas sem perceber só pra conseguir o que queria. Foi só quando tomei conhecimento dos meus poderes que decidi ser altruísta. Mas será que estive me enganando todos esses anos? Ela tinha que ser minha!
O quarto de hospital estava vazio. As enfermeiras já haviam passado por aqui e demorariam a voltar. Através da janela era possível ver a vida acinzentada que acontecia lá fora. Carros correndo para lá e para cá no frenesi de quem tem pressa pra chegar. Mas ela estava em uma vida nublada e enegrecida. Numa escuridão de pensamentos estonteantes. Poucas vezes entrei em mentes tão profundamente pesadas e confusas. Seus pensamentos estavam desorganizados, sem sentido.
Num momento de distração, me vi em outro lugar. Um lugar branco e iluminado. "Não, não pode ser!" pensei comigo. Aparentemente pensei em voz alta porque alguém respondeu. Demorei para perceber que a resposta vinha da minha própria mente, mas não eram pensamentos meus. "Coitado" a voz continuou no pensamento "ela já nem deve estar mais aqui. Pobre rapaz... Devia, pelo menos, deixar que ela descanse em paz".
Me vi pelos olhos da enfermeira parada na porta de vidro. Percebi que estava mais magro do que me lembrava, meus cabelos estavam ridiculamente compridos e desarrumados e eu estava tão pálido quanto ela. Como se eu estivesse morrendo também. As roupas pretas que usava davam um contraste horrível ao ambiente. Percebi que parecia um urubu no quarto, pronto para devorar a carniça. Ou será que era isso que a enfermeira pensava? Resolvi vasculhar a mente dela, como um ato rebelde de um adolescente imprudente e egoísta. Percebi que ela pensava em dezenas de outros pacientes que imploravam por vida. Me senti envergonhado, eu deveria estar ajudando... Eles queriam viver. Amanda apenas deixava-se esvair de seu corpo, como se desejasse a partida. Sem nenhuma despedida.
Voltei a mim e percebi que minha cabeça doía. A enfermeira estava segurando minha cabeça para trás, contendo o sangramento no meu nariz. Parece que me concentrei demais para encontrar a consciência dela.
A enfermeira me levou ao ambulatório, onde me obrigo a deitar em uma maca desconfortável. Me permiti relaxar por um minuto, para cessar o sangramento e a dor. Cinco minutos de paz silenciosa que valeram cada segundo. De repente, fui tomado por uma dor súbta no peito, como se tivesse sido atingido por um raio e ouvi o médico dizer "é a terceira vez hoje! Vamos lá, Romeu, ajuda a gente!". Então, ricocheteou para o outro lado da sala, a dor se transferiu para os ossos do quadril e a voz dizia "sai logo, filho!". Como assim? eu vou dar a luz? Ah não! Eu preciso sair daqui. Acho que não foi uma boa ideia relaxar em um hospital.
Levantei-me desesperado e corri para fora do hospital, parando somente quando havia deixado uma distância segura entre nós. Sentei-me na calçada perto da Rodovia e relaxei de novo. Dessa vez, não houve paz, deslizei imediatamente para outra mente. O dia de hoje me deixou muito desastrado, parece até meu primeiro dia.
Dessa vez era uma jovem. Devia ter pelo menos uns dezessete ou dezoito anos. Mas era pequena como uma criança e desnutrida. Os pensamentos dela eram atordoados, mas claros. Havia outra consciência, mais fraca, mas igualmente cheia de vida. Ela estava grávida. E pensava claramente que não queria estar mais. "Você não pode fazer isso!" pensei de sopetão, sem perceber que gritava na mente dela. Ela abriu os olhos num susto e pude ver a Rodovia movimentada afrente dela. Como ela podia pensar em acabar com duas vidas... Eu estava tentando desesperadamente salvar Amanda, cuja mente parecia ter desistido da vida. E ela estava pronta para por fim a, não uma, mas duas vidas. Por fim àquela pequena vida dentro dela. Sai da mente dela e procurei-a ao longo da Rodovia. Lá estava ela, envolvendo o ventre com os braços e recuando até cair de joelhos no asfalto.
Reencontrei meu propósito. Me senti satisfeito e feliz, enquanto a conduzia para o hospital. Convenci-a a procurar a ajuda. Observei-a acompanhar uma assistente social. E fui tirado do meu estado de êxtase pela enfermeira que vira mais cedo.
_ O médico quer vê-lo agora.
Segui-a até o quarto, onde Amanda permanecia imóvel. O médico me fixou com aquele pesar nos olhos que eu conhecia bem. Ignorei-o e vasculhei o quarto em busca da mente dela. Mas nada encontrei. Ela desistiu. Ela partiu. Desisti de busca-la e peguei o médico no meio de uma frase.
_ ... ela está nafila de transplantes há quase dois anos. E, e o senhor concordar, ela poderá ajudar ele a sair da fila. Seria uma útima contribuição que ela faria a esse mundo.
_ Não, senhor. Será a primeira. _ e assinei os papéis e sai do quarto para que os médicos e enfermeiras prosseguissem.
_ O senhor não vai se despedir de sua esposa? _ o médico parecia preocupado e eu não tive o interesse de entrar em sua mente para saber se era verdade.
_ Ela não está mais aí... _ disse e segui para continuar cumprindo meu propósito: salvar mais vidas, aquelas que queriam ser salvas.

Rabisco de Duas feat. Aline Dias

A convite da minha querida amiga Monika, lá do blog Monikysses, estou aqui hoje com um novo projeto: o Rabisco de Duas. Esse novo projeto consiste em fazer um desenho com uma temática por mês, dentro dessa temática fazemos um desenho que represente o tema. Como o próprio nome diz, fazemos os desenhos em duplas e minha dupla é a queridíssima Aline Dias do blog Minha Negra Cor. 

O tema dessa rodada de Rabiscos é a Páscoa. fomos desafiadas a fazer um desenho com o que a Páscoa significa para nós. Bom, é um pouco difícil explicar, mas meu desenho ficou assim:


Para mim a Páscoa é tempo de reflexão e de renovação. Principalmente porque é muito próximo do meu aniversário. Nasci no dia 11 de março, tempo de Quaresma na igreja Católica e tempo de reclusão e meditação nas religiões Cristãs. então sempre acabo entrando nessa vibe de meditação e por a vida na balança.
Sempre fico com aquele sentimento de "ah, eu tô ficando velha... O que eu tô fazendo da minha vida?... Será que tá valendo a pena?...." É um período em que faço muitas mudanças internas e externas. Não é que eu tenha crises existenciais, mas eu gosto de me avaliar como pessoa. Gosto de ter a sensação de que o que eu estou fazendo está fluindo no vibe positiva. Se tem uma coisa que eu não gosto é de andar pra trás. Raramente volto atrás nas minhas decisões e reluto o máximo à voltar para lugares onde já estive, mesmo que tenham sido bons momentos da minha vida. Acredito que quando a gente anda pra trás a nossa vida dá uma regredida. Como e estivéssemos descendo a escada da vida ao invés de subir. Ando sempre em frente pra que o meu dia de amanha seja melhor do que hoje. Mas pra que a vida ande mesmo pra frente precisamos refletir - e muito - sobre o que funciona da nossa vida, o que é positivo e o que não é tão legal, o que tem de negativo que pode lhe fazer andar pra trás.
Nossas vidas são regidas por ciclos, temos várias fases e ao final de cada fase completamos um ciclo de ações. Eu gosto de encerar cada fase com uma reflexão sobre todo o investimento que eu fiz ( e por investimento entenda-se tempo e esforço) para concluir aquela fase sendo uma pessoa melhor. E como cada ano de vida representa um pequeno ciclo, nada melhor do que usar esse período cheio de significados para meditar o ano vivido e me prepara para o próximo.

Bom, esse é o significado da Páscoa pra mim. Agora olha o desenho da Aline:


Pra ver a explicação dela é só clicar no desenho.

Como se organizar para escrever um roteiro? + Freebie

Essa semana deu algumas dicas de vlogs com dicas para escritores. E vendo esses vídeos encontrei uma ferramenta ótima para organizar o dia-a-dia de quem cria histórias: O método de criar roteiros Snowflake. 

A querida Wlange lá do Ficçomos fez um vídeos explicando o método direitinho, eu sugiro que vocês vão até o vídeo dela dar uma conferida para aprender a usá-lo.


Para utilizar esse método, que eu achei incrível de tão útil, eu criei alguns arquivos para organizar as etapas de 0 à 4 e 6. eu sou adepta dos manuscritos, faço quase tudo a mão mesmo. Porque acho que isso nos dá mais liberdade e não tem a distração da internet e etc... Mas a partir da etapa 5 acho que fica um pouco inviável escrever a mão - coitada da minha Tendinite!

E como eu gosto de compartilhar com vocês essas coisinhas que facilitam nossa vida, vou deixar aqui os arquivos com os cinco passos (0-4) para você imprimir e utilizar da forma que lhe convier.


Espero que seja útil pra vocês, assim como é pra mim. Se vocês tiverem dicas de como organizar as ideias deixem aqui nos comentários também.

Até mais...

HELP DO ESCRITOR - Vlogs Literarios para lhe inspirar e ajudar

Olá pessoas que me seguem. O post de hoje é para dar mais dicas aos escritores de plantão. Eu estive buscando formas de aprender e desenvolver a arte de escrever. E eis que me deparei com muitas pessoas que estão aí na internet para nos ensinar - ainda bem.
Eu passo muito tempo no Youtube, Vendo vídeos de curiosidades, porque eu adoro. E numa das buscas que fiz para um desses vídeos, apareceu ali nos sugeridos alguns canais de Escritores. Acho que porque eu já tinha assistido alguns videos do Carreira Literária, mas enfim, achei que seria interessante passar para vocês alguns dos canais que me deram dicas, algumas valiosíssimas, para escrever melhor e de forma mais efetiva. Pra escrever aquele tão sonhado livro que cativa o leitor.

Como eu já citei aqui, o Carreira Literária é um canal ótimo que tá sempre atualizado com dicas preciosas de uma editora, ou seja, uma pessoa que lê dezenas de originais por dia e sabe do que está falando.



Outro que descobri recentemente é o Ficçomos, onde a super carismática Wlange dá dicas bem interessantes sobre storytelling, como criar roteiro, personagem, cenas de ação e outras coisas super valiosas para nós que estamos todos os dias mergulhados em um universo paralelo.


O canal do Bruno Grunig eu encontrei numa busca no Youtube e ele tem poucos vídeos, mas com algumas dicas que eu achei legal.



conforme você vai assistindo sugestões vão aparecendo e entre elas temos ótimas opções. O Escritor Rafael Montes é um dos que podem lhe ajudar muito em seus questionamentos. eu não sei se ele possui uma cana no Youtube, mas quem quiser pode segui-lo no Facebook. Vou deixar um dos vídeos que assisti recentemente de uma entrevista com ele. Não é necessariamente um vídeo de dicas, mas ele conta como foi a experiencia dele ao escrever o primeiro livro e eu acredito que podemos aprender com as experiencias de outras pessoas.


Outro Canal que assisto, embora não com a frequência que gostaria, é o Mania de Escritores. Este canal eu encontrei através do Google Mais (G+) e gosto bastante. Recorri a ele quando estava pra lançar meu primeiro livro e foi de grande ajuda.


Entre os canais sugeridos na minha busca - leia-se: que eu ainda não assisti - estão:
Sente e Escreva do autor Leonardo Barros
Newton Rocha
Homo Literatus

Esses são os canais que conheço e sigo, mas se vocês tiverem outros para acrescentar a essa lista é só comentar aqui.

Até mais...