A CAIXA DE VIDRO



Aristela havia sido pega pela vigésima sexta vez saqueando o Templo de Arruanda, dessa vez ela não conseguiu pegar nem uma folha de ouro. Os guardas a aguardavam. conheciam todas as suas técnicas e não havia nenhuma entrada secreta pela qual ela ainda não houvesse passado. O Templo era feito de  cinco colunas cobertas de ouro e um altar de cristal que refletia a luz do sol e da lua através de uma abertura no teto. Não havia móveis, mas as paredes eram cheias de cavidades onde objetos valiosos ficavam expostos. Havia esculturas de vidro e utensílios sagrados como o tridente de Sarion, o grande deus da vitória que supostamente salvou toda a galáxia com uma ordem secreta.
A jovem estava sentada confortavelmente na gaiola habitual, sendo levada para a Casa das Ordens, onde julgava-se casos de furto e crimes de pouca importância. Foi levada ao responsável, um homem grande e barbudo vestindo uma armadura de prata, numa sala escura e sem janelas. Uma emergência surgiu e eles a deixaram ali só e com os braços atados por uma corrente. Na sala havia uma mesa de madeira muito escura e uma prateleira cheia de livros e caixas. sobre a mesa ela viu os documentos de sua acusação, invasão e tentativa de furto como sempre. O tinteiro parecia vazio e não havia caneta por perto para que ela pudesse alterar o documento. Concentrou-se em livrar-se das correntes e depois de alguns minutos de tentativa viu-se com os braços livres. Embora ela não quisesse ser pega, não se preocupou em fugir tão depressa. Começou a examinar os livros de documentos na prateleira.
Na parte mais baixa da prateleira havia uma porta trancada, Aristela empenhou-se para abrir aquela porta porque sabia que havia ali algo muito valioso. Para surpresa dela foi mais fácil abrir aquela porta do que se livrar das correntes que a prendiam. Dentro ,alguns sacos de pano cheios de algo que se parecia com areia colorida, uma garrafa de vidro cheia de água e uma caixa de vidro vazia. Ela se perguntou porque alguém guardaria à chave coisas tão triviais. Enfiou as mãos nos sacos de areia para ver se havia algo escondido dentro, mas era apenas areia. A água parecia normal. Então ela ficou observando a caixa de vidro por algum tempo. "Será que é de cristal?" ela pensou enquanto pegava a caixa para analisar mais de perto. Ao tocá-la a caixa reluziu e ascendeu dentro dela uma luz branca muito forte. Aristela colocou a caixa sobre a mesa e a luz se apagou. Não havia abertura na caixa, ou fechadura. A primeira vista era uma caixa de vidro transparente e vazia. Ela tocou a caixa e novamente a luz branca iluminou o cômodo escuro. Os guardas voltaram e surpreenderam-na admirando a caixa de vidro. O responsável da Casa das Ordens, Hugo Sebastian, deu uma risada sarcástica e sentou-se atrás da mesa de madeira examinando o documento com as acusações contra Aristela.
_ Parece que você andou passeando no Templo de novo... Você poderia simplesmente prestar suas homenagens ao deus Sarion como todo mundo faz. _ Ao ver a caixa de vidro sobre a mesa Hugo soltou uma exclamação _ Então era isso que você estava tentando roubar dessa vez?
Antes que ela pudesse responder ele pegou a caixa de vidro nas mãos e nada aconteceu. Ele devolveu a caixa à mesa desinteressado e Aristela ficou confusa, mas não teve tempo para reagir.
_ Deixe que ela leve _ disse Hugo enrolando as acusações de Aristela e colocando em uma gaveta que havia embaixo da mesa.
_ Mas senhor! _ o guarda que esperava junto da porta protestou.
_ É só uma caixa de vidro! Temo coisas mais importantes com as quais nos preocupar. Alguém acabou de roubar o tridente de Sarion. _ Depois voltou-se para Aristela _ Você não tem nada a ver com isso, não é moça?
Aristela fez que não. O guarda pegou a caixa de vidro e jogou em um saco de pano, entregando-o a ela em seguida.
Aristela fitou o guarda e depois Hugo que expulsou-a da Casa da Ordem impaciente. Ela saiu com o saco onde estava a caixa de vidro sorridente e intrigada para saber o que era aquilo. "Parece que a Casa da Ordem guarda coisas mais interessantes do que o Templo..." ela pensava quando esbarrou em algo e caiu de costas no chão. Ao levantar-se viu um jovem moreno de cabelos prateados correndo com o saco de pano onde estava a caixa de vidro. Ele usava uma capa negra que cobria todo o corpo. Virou-se para ela dizendo: "Eu estava mesmo procurando isso, obrigado!", depois desapareceu entre as pessoas que caminhavam pela vila vivendo suas vidas normalmente.

O medo da câmera

Estefânea, tinha quatro medo mortais. Medo de altura. Medo de barata. Medo de balão. E medo da câmera que ficava no alto da escada do salão de beleza da Andressa. A câmera filmava a recepção. Tinha uma luzinha vermelha que piscava avisando que funcionava. Estefânia uma vez ouviu Valéria dizer que era o olho do cão. Valéria era cabeleireira e trabalhava no salão da Andressa desde sempre. Ela sabia das coisas.
A mulher, faxineira com seus quarenta e poucos anos, vivia espantando as meninas da recepção. "Olhem ali moças, aquele é o olho do cão", ela dizia e saia da vista da aberração. Diziam que o coisa ruim podia ver sua alma. Valeria disse uma vez que Estefânea era muito boba. "O máximo que ele vai fazer é querer olhar debaixo da sua saia", dizia a cabeleireira e dava risada. A faxineira puxava a saia mais para baixo dizendo baixinho: "crendeuspai".
Um dia a câmera quebrou e os técnicos vieram concertar. Dois jovens atrapalhados de uniforme verde limão. Eles mexeram e remexeram. Depois desistiram e levaram o aparelho inteiro. "Ate que enfim, se livraram do olho do cão", Estefânea respirou de satisfação. continuou seu trabalho, limpando o salão. Depois de alguns minutos Valéria pegou no braço da faxineira e falou baixinho só para ela ouvir: "É hoje que a gente vai ter que ver a cara do cão". A mulher entrou em desespero, virou-se para o alto da escada com palpitação e deu de cara com a assombração. Era Armando, o sócio do salão.

Sobre o amor próprio

Pequenas felicidades são permitidas


Passadas as festividades de ano novo e todo aquele alvoroço de alegrias embriagadas seguidas de promessas renovadas, nos deparamos com a mesma arritmia egocêntrica das reclamações triviais. Não que devamos calar sobre aquilo que nos incomoda, muito pelo contrário. Mas sendo um ano cuja premissa é a concretização da própria felicidade não seria melhor exprimir concretamente, por atos ou por palavras, a vontade de ser feliz? Muitos vão de encontro à felicidade munidos de toda tristeza que acumulou pelos séculos que parecem durar seus anos. Mas quem está arrastando os dias, um após o outro, sem nenhuma ação concreta para realizar seus sonhos? Eu me pergunto até que ponto estarei disposta a agir em busca do que acredito e sempre acabo esbarrando em algum obstáculo. Nada imprevisível. As coisas vão acontecendo de forma a aumentar a dificuldade de tudo aquilo que almejamos. Como em um jogo de video game vamos passando as fases e sentindo a dificuldade aumentar, em vez de diminuir. E isso é bom. embora muitos tenham prazer em continuar reclamando o quão difícil a vida vai se tornando na medida em que vamos nos tornando adultos e depois idosos.
Em meio a tantas resoluções de ano novo colocamos a nossa esperança na crença de que trocar o calendário fará com que tudo seja novo. Não se engane. A única coisa que fará seu ano ser novo é trocar tudo de lugar. Isso mesmo! Tire coisas do lugar, jogue o lixo fora, reorganize suas prioridades, renove suas amizades, apague contatos que não fazem mais presença nos seus dias. Seja uma pessoa nova, com novos ideais, com uma nova postura. Mas mantenha sempre seus objetivos a vista. A mente aberta para as novas possiblidades. Abrace as oportunidades. E nunca... nunca mesmo, deixe de acreditar em si mesmo.
Ame-se, cuide-se, tire um dia para dedicar-se ao seu próprio ser. Cuide do seu corpo, cuide de sua mente, cuide do seu espirito. Faça coisas que he deem prazer. Viva e faça acontecer! Não espere a oportunidade perfeita. Não espere condições financeiras favoráveis. Não aguarde o clima melhorar, a tempestade passar, a chuva parar ou o sol esfriar. Entre no temporal, caminhe na chuva mesmo e deixa o sol lhe queimar. Carrega consigo aquela tatuagem natural do próprio tempo. Viver deixa marcas e isso nem sempre é ruim.

Concretização e Felicidade

Feliz 2017!!!

Tudo é possível para aqueles que acreditam no potencial da positividade. Este ano será melhor que todos os outros, porque eu serei melhor que antes.

O ano começou cheio de possibilidades para quem não tem medo de arregaçar as mangas e ir pra luta. E como de costume vim aqui deixar a minha premissa para este novo ano que se inicia. 2016 foi um ano de conquistas, não da forma que eu esperava, mas de uma forma muito boa e pacífica. Resolvi que ao invés de colocar uma meta para o ano que segue, eu definiria uma premissa para que eu siga a risca. Minha vida hoje está muito melhor do que há alguns anos e sou grata por isso. E pretendo continuar evoluindo, como ser humano, como mulher, como escritora e profissional que sou.
Já é sabido que estou com um projeto literário em andamento. Venho fazendo planos há tempos e tenho vários projetos que fui finalizando no ano passado. Estou perto de realizar um dos meus sonhos e, calro, vou compartilhar com todos a minha alegria quando finalmente colocar o último ponto final em meus projetos. Mas com tantos planos e projetos, senti falta de ter algo concreto para mostrar, algo que pudesse compartilhar e que vocês possam levar consigo. Então eis que surgiu o meu lema para 2017:

CONCRETIZAÇÃO E FELICIDADE

Se 2016 foi um ano de conquistas, este será com certeza absoluta, de felicidade. Porque percebi - acho que tarde demais até - que o que importa mesmo é o que nos faz feliz, o que nos motiva a levantar todos os dias pra batalhar pelo pão de cada dia, oque nos faz aguentar todo tipo de humilhação e seguir em frente de cabeça erguida. A felicidade é o mais importante. A felicidade deve ser o objetivo.
Este ano eu comecei a por em pratica os planos que venho fazendo desde seu primeiro segundo. Estou satisfeita com o que conquistei até agora, mas quero mais. Quero mais amor, mais diversão, mais entretenimento, mais do que me faz feliz.
Então se você está aí pensando no que poderia fazer este ano para que sua vida melhore, eu digo isto, levanta e faz o que lhe deixa feliz. E não tenha medo do que está por vir. As adversidades existem para deixar nossa jornada mais interessante, toda aventura precisa de obstaclos para ser divertida e emocionante.
Aproveita cada segundo e se joga!