Minha
biblioteca pessoal está aumentando... Então resolvi que vou publicar todos os
meses um resumo das minhas leituras. Percebi que já faz um tempão que não posto
nenhuma resenha aqui, hoje trouxe logo quatro livros de uma vez. A verdade é
que não li muitos livros do ano passado para cá. Estava (e ainda estou) muito
atarefada e com muitos livros na fila esperando para serem lidos. Vou me
comprometer a postar pelo menos uma vez por mês as resenhas dos livros que
tenho lido.
O
primeiro livro que li este ano foi “A vida segundo Peanuts” de Schulz. O autor
é na verdade um cartunista, quem é fã de quadrinhos já deve conhece-lo. Ganhei
este livro da Joice do blog Coch coch na última rodada do Projeto Old Mail (este
projeto foi encerrado, mas quem tiver curiosidade para saber do que se tratava é
só buscar outras postagens com a tag Projeto Old mail ou visitar a Fanpage e
ver as fotos de todas as rodadas, bem
como os links para os blogs participantes).
Sobre
o livro: é uma história em quadrinhos. Não necessariamente uma história. São
várias frases ilustradas sobre filosofia, amor, sabedoria e coisas da vida. É
uma leitura super rápida, leve e divertida. Li em menos de um dia. Além de ser
um livro pequeno (cabe perfeitamente na bolsa) a diagramação é perfeita para quem
gosta de publicar quotes no Instagram. Publicado pela L&PM Editores em
2015, o livro tem 128 páginas e é todo em preto e branco.
O
segundo livro do ano chama-se “Socorram-me dos meus parentes” do autor Luiz
Martins, publicado pela Editora Harbra em 2001. Este livro ganhei da minha mãe.
O livro tem 119 páginas e, na minha humilde opinião, se parece – e muito – com os
vídeos que a gente vê no Youtube. Sabe esses vídeos de tag? Foi o que percebi
com ele. O autor, que é antropólogo e dedica seus estudos à organização das
sociedades, resolver brincar um pouco com o assunto e escreveu esse livro,
cheio de comédia e clichês sobre a família. Nada do que se diz no livro é
novidade, exatamente como os vídeos que assisti nos canais desses Youtubers
famosos. Cada capítulo é dedicado a uma categoria de parente – pais, irmãos,
cunhados, a sogra que nunca pode faltar – e o livro inteiro se baseia em dizer
qual é o lado ruim de cada parente.
O
que consegui extrair desse livro, foi alguns pouquíssimos vestígios do conhecimento
desse autor sobre a antropologia. E acredito que o propósito do livro seja,
além de entreter, apenas reafirmar as verdades concebidas no senso comum.
Enfim, não é um livro excelente. Eu diria que é “ok”. Não há surpresas.
“Aquário
negro” é um livro de contos do autor brasileiro Frei Betto, premiado por duas
vezes com o Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. O livro reúne doze contos e
mostra muito bem as características do que costumava ser o fantástico brasileiro,
algo surreal, mas não muito fora do normal. Quem ler a sinopse desse livro vai
acreditar – como eu – que se trata de algum universo fantástico como o que
vemos hoje. Mas não é nada disso. As fantasias apresentadas são muito
realistas. Algo como uma mudança no ponto de vista, com direito a citar óvnis, o
olhar por uma perspectiva animal, delírios e mais delírios. O conto que dá nome
ao livro é de longe o meu favorito, cheio de metáforas e personificação, que é
algo que gosto muito. É um livro muito bom. Dos doze contos, apenas um eu não
curti muito, que foi “A Republica independente de vila Rica”. Agora além de “Aquário
negro”, gostei muito do conto “O enviado” que apresenta-nos uma espécie de
conselho deliberativo do inferno e “A vida suspeita do subversivo Raul Parelo”
que nos remete às caçadas ocorridas na Ditadura militar. O livro tem 150
páginas e foi republicado pela Editora Agir em 2009.
E
por último, o livro que me deu mais trabalho do que nunca... “It: a coisa” de
Stephen King. O “livrinho” tem “apenas” 1103
páginas e foi republicado em 2014 pela Editora Suma de Letras. Stephen king já
é um autor consagrado, com muitos livros em sua lista de sucessos. “It” é um
deles, inclusive virou filme. Há muita gente que vai se lembrar que “os balões
flutuam”. Apesar de fazer reverencia a este autor magnífico, tenho que
confessar que não gostei desse livro. O fato de ele ser muito extenso agravou um
pouco a dificuldade na leitura. Não que seja uma leitura assim tão complexa. É
complexo, porque é Stephen King. O livro aborda as nuances da psique humana, o
quanto a mente pode nos enganar. Acho que a proposta era nos fazer acreditar
que tais coisas surreais são reais e verdadeiras. Não sei se pelo fato de
esperar muito do livro, acabei não encontrando muito.
A
proposta do autor era escrever algo assustador, um thriller ou mesmo um
suspense de terror. Mas me pareceu que o resultado virou algum tipo de
histórias de terror para crianças. Com tantos flashbacks e flashfowards que às
vezes é difícil acompanhar em que momento da história se está. A ideia é
misturar presente e passado, onde amigos adultos se reencontram para enfrentar
um trauma de infância, algo que eles acreditam ser real. A tal da coisa, que
pode ser qualquer coisa. Tudo começa quando o irmão mais novo de Bill Debrough
morre em uma enchente, a partir daí todas as crianças começam a ver coisas e a
acreditar na tal da cosia que por vezes se traduz no tal do palhaço Pennywise.
Junto ao delírio infantil do bicho papão está acontecendo uma série de
assassinatos aka mortes misteriosas na cidade de Derry. Na mente das crianças
tudo é devido a tal da coisa. Não vou contar a história inteira aqui, mas em
meio a algumas histórias secundárias e cinco interlúdios que servem para
explicar a realidade desse delírio, percebi que o Sr. King demorou muito para
desenvolver sua trama. Não é um livro para mero entretenimento, é um livro para
fãs de Stephen King. Tive momentos de tédio e sono enquanto lia, tamanha é a
demora para desvendar esse mistério. E
eu fiquei muito decepcionada com o final, achei muito simplista para uma trama
tão complexa como esta. Qualquer pessoa com um mínimo de entendimento de
psicologia já sabe lá na metade do livro o que está realmente acontecendo, mas
o autor nunca usa palavras para definir e no fim fica tudo por isso mesmo. É um
clássico? Sim, é um clássico. Mas não é o melhor livro que já li.
Por
enquanto é isso. Se você já leu algum desses livros deixa sua opinião aqui
também. Quem quiser acompanhar os livros que estou lendo é só seguir lá no
Skoob. E volto com mais resenhas no mês que vêm.
Até
mais.
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