Valorizando a Literatura Brasileira

O tema da Culturação de hoje é a Literatura brasileira. Pensando ká com meus botões percebi que não leio tanto livros brasileiros, a maioria é extrangeira mesmo. E eu poderia dar milhões de explicações para isso, mas vou apenas dizer que é a força do hábito mesmo.

Projeto Culturação é uma iniciativa do blog Monikysses e Diário de Penteadeira, para gerar maior interação entre blogueiros de diversos segmentos.

Mas como a proposta do Projeto é indicar m livro brasileiro vou fazer um Top 3 com os que me conquistaram de uma forma muito inesperada, pelo conteúdo e pelo desenrolar da trama.

1ª Lugar: O Tempo e o Vento (Érico Veríssimo)

Ok, são quatro livros de uma só vez aqui na primeira posição. Mas, não, eu não estou indecisa. Estes livros, ou melhor esta série de livros contam a história centenária da construção do Sul brasileiro, principalmente do Estado de Santa Catarina. O enredo acompanha a história de uma família, numa linha de sucessão cuja herança é uma briga histórica. É um pouco parecido com a serie Hatfields e Mccoys que passou nos EUA e foi reprisada várias vezes. A série de livros serviu de base para uma minisérie que passou na Rede Globo (se não me engano), mas não recomendo assistir a série. Particularmente acho que perde um pouco a graça da história, por ser um enredo complexo e se tratar de uma história que aconteceu por cerca de cem anos seguidos.

2º Lugar: O Segredo de Luísa (Fernando Dolabela)

Esse é um romance para quem gosta de empreendedorismo. Desculpa aí gente, mas eu sou uma Administradora. E apesar da temática empresarial, é um romance muito bom porque mostra a trajetória de uma mulher que está em busca de um sonho

3ª Lugar: Dom Casmurro (Machado de Assis)

Sempre fui fã das poesias de Machado de Assis, mas Dom Casmurro é uma história bem envolvente e cheia de mistério. Não vou dar nenhum Spoiler aqui. Mas esse livro está na lista de leitura obrigatória por um motivo e eu concordo com quem fez esta lista. Inclusive teve até seriado baseado na história da queridíssima Capitu, personagem que serviu e ainda serve de inspiração para muitas histórias.

Essas são as minhas sugestões, espero que vocês gostem e deixem suas opiniões nos comentários. Qual é o seu favorito? E já que eu não sou muito de ler livros nacionais, me deixem as suas sugestões também.

O CATADOR DE LIXO


João ouve o som agudo do despertador às seis da manhã, abre os olhos e esfrega-os com as duas mãos. Depois levanta devagar e vai até o banheiro arrastando os pés no chão. Então se troca, liga a maquininha de fazer café e assiste enquanto ela faz um zumbido meio eletrônico e meio mecânico para depositar o café na xicara. Abre um pão macio feito em casa e passa uma camada fina de manteiga. Ele se delicia.
Depois de forrar o estômago, põe o paletó e pega a pasta preta cheia de papel. Sai pela porta da frente, entra em seu carro e segue para o trabalho. Sua sala confortável, com uma mesa de vidro, cadeiras acolchoadas e pouca coisa disposta em pilhas. Apenas alguns livros e panfletos. Num dos cantos havia um divã, uma poltrona e um sofá grande.
Seu primeiro treco entra, sério e mancando de uma perna. Alto, imponente, com os cabelos brancos e as rugas evidentes. Senta-se no sofá grande e espera João sentar-se na sua frente para começar a falar. Transbordando sua ansiedade, despejando os vários problemas, Sua empresa será vendida. Estão mandando ele se aposentar. Mas ainda tem uma grande dívida, que talvez não consiga pagar. E enquanto fala sua voz treme. Treme as mãos. Treme o corpo. Mas João nunca treme.
Depois de duas horas entra uma sucata, toda elegante e rebuscada. Com um coque no topo da cabeça, a mulher desliza até o sofá e senta-se bem devagar. E demora um pouco pra conversa começar. A mulher que já era toda esticada, diz que quer fazer mais uma plástica. "Eu não quero envelhecer!". João balança a cabeça e pensa "Eu só não quero enlouquecer".
Depois de umas três horas, eis que entra uma peça nova. Com roupas de couro e óculos de sol. Um palito entre os dentes e um ar muito descontente. O som de seus passos era abafado. Sentou-se primeiro e esperou João sentar-se, então falou que estava num empasse. Cantou as canções dos homens que morrem, os que batem no peito e vão pro ataque. Falou das guerras por onde andou. E como um dia abandonou um cão no deserto em meio ao horror. João sentiu o peito pesado ao olhar os olhos vermelhos por falta de amor.
No fim do dia João levantou-se de sua cadeira como se um peso enorme lhe puxasse para baixo. Guardou suas anotações. Pegou sua pasta, apagou as luzes e fechou a porta atrás de si. Foi andando com calma até seu carro. Com um pouco de dúvida quanto ao destino.
Ao chegar em casa, despiu-se, olhou-se no espelho e viu tudo que que ouvira o dia inteiro nas linhas do seu rosto e em seus olhos vermelhos. Carregava o peso de um mundo inteiro. Colocou um moletom velho e todo manchado. Sentia que sua mente estava num tempo nublado. Desceu até o porão de sua casa, acendeu a luz e revelou uma zona. Tudo estava sujo e bagunçado. Ele abriu um armário e pegou um tecido, esticou-o num varal e prendeu as quatro pontas. Em seguida foi à uma gaveta e pegou algumas bexigas recheadas com um liquido colorido. Despejou ali tudo o que trazia consigo.

Administrador - WORK OR NOT WORK

O segundo tema do Projeto Culturação que vou abordar hoje é a minha profissão de Administradora, seguindo a sugestão da Monikysses

Lembrando  que o Projeto Culturação é uma iniciativa do blog Monikysses e Diário de Penteadeira, para gerar maior interação entre blogueiros de diversos segmentos.


Quem é o Administrador?

Segundo o Guia do Estudante "O administrador gerencia recursos financeiros, materiais ou humanos de uma empresa. Ele tem lugar em praticamente todos os departamentos de uma organização pública, privada ou sem fins lucrativos".

A Administração é uma ciência social bem ampla e abrange várias áreas; a atuação do profissional vai depender da especialização que ele escolher e o foco que der para sua carreira.

O que faz o administrador?

As funções básicas do administrador são Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar os processos administrativos. E se você está pensando em seguir essa carreira tenha em mente que é preciso gostar muito de buscar soluções para problemas organizacionais e que será imprescindível uma especialização para que você se destaque no mercado.

O que tem de interessante?

Mas se você gosta de competir, vem quente que o negócio ferve. independente da área em que você for atuar seu objetivo principal será apenas um: O LUCRO. Nessa busca constante por lucratividade podem surgir grandes oportunidade de inovação e é aí que começa a parte legal da administração. Se você for uma pessoa criativa vai tirar de letra algumas situações. em organizações mais flexíveis é possível propor melhorias nos processos.
Outra parte beeem interessante é que você pode ser seu próprio chefe, pode empreender, vender seus próprios produtos ou serviços. Basta ter uma ideia legal e por a mão na massa. Hoje em dia tem muita gente se dando bem com empreendimentos.


O que não é tão interessante?

A área de administração é muito competitiva, principalmente porque não existe uma regra que somente administradores podem administrar. Geralmente, qualquer pessoa que tenha alguma competência administrativa pode administrar. Já vi casos de Engenheiros, Médicos, Professores ou mesmo pessoas nem formação superior administrando negócios.  O que é uma pena e prejudica pessoas que assim como eu dedicaram 4 ou 5 anos da vida pra ser Administrador.
O mesmo ocorre nos concursos públicos, geralmente conhecidos pelas várias exigências para provimento de cargos, onde tudo tem que ser comprovado com documentos; mas peca na hora de contratar profissionais para as áreas administrativas já que qualquer um com Ensino Médio completo pode se candidatar para o cargo de Assistente Administrativo em um órgão público. Eu mesma fiz um concurso recentemente em que 200 pessoas competiam para uma mesma vaga administrativa, porém nem todos tinham formação formal para atuar como administradores. Então se você estiver pensando em entrar nesse mercado, venha preparado!



Bom essa é minha profissão, :).


A esperança


Uma folha verde que ainda dança, aproveita o momento até a última nota. Decora a música e então decola. Te mantém de pé, mesmo que andando pé ante pé ou na ponta dos pés.  Intrigante e teimosa, dança mesmo sem música, com a determinação de quem tem fome e precisa se alimentar. Anos depois da musica ter acabado, continua ali no mesmo passo, vai te levando pelo braço e o seu cansaço.

Então ela senta do teu lado, pra ver o filme da sua vida, com uma paciência infinita, assiste até a última cena, espera que a última letra suma e toda a plateia vá embora. Já com a luz acesa, sorri e acena: “você tem que continuar”.


Vai te empurrando, te levando, te obrigando a continuar, a buscar, a melhorar, e aprimorar. Faz-te pensar que ainda é forte, que na vida você ainda pode lutar e se entregar. E quem sabe até amar e esperar que na vida ache algum lugar pra descansar e contemplar as maravilhas desse ligar.

QUEM NÃO É VISTO NÃO É LEMBRADO - Culturação no Lado do Meio

A minha primeira postagem do Projeto Culturação - desculpem meu atraso, mas tive alguns imprevistos... :( - é sobre Comunicação e Marketing. Assuntos que eu já discuti aqui no blog algumas vezes.

Considerando eu em Maio temos algumas datas comemorativas referente ao tema (03/05 - Dia Internacional da Liberdade de Imprensa; 05/05 - Dia Nacional das Comunicações; 08/05 - Dia do Profissional de Marketing; 27/05 - Dia Mundial dos Meios de Comunicação). as idealizadoras do projeto Culturação Monika Andreoti, do blog Monikysses e a Carol dos Santos, do blog Diário de uma Livromaníaca, propuseram alguns temas para "fermentar" a blogagem de vários blogs.

Escolhi os temas que melhor se enquadram no Lado do Meio e - como semana passada não consegui postar - vou começar fazendo o anúncio do Lado do Meio. Não é o melhor dos anúncios, mas tive uma ideia que achei legal.

No vídeo abaixo, vocês poderão conhecer um pouco do Lado do Meio. Por favor deixem suas opiniões nos comentários.





No começo do Canvas eram só ideias soltas
Mas ultrapassei as barreiras dos idiomas da minha própria alma
Pelas redes invisíveis que me levaram ao Jorge
E a um follow friday todo esquisitão
Hoje sou todo crônicas, um pouco mais de prosa
Numa Blogagem Coletiva pelos campos da Literatura e da Culturação
Esse é o Lado do Meio, aquele que não é esquerdo nem direito, sabe?
Curta a Pagina no Face.

A vida através de janelas retangulares

Fonte: Padmini Arte

Conheço algumas pessoas que vivem numa pequena bolha particular, assistindo o mundo através de janelas retangulares que só mostra parte de um todo, uma visão filtrada com o propósito de criar um ideal comum. Essas pessoas acabam assumindo como verdade a opinião alheia. Ou mesmo quando conseguem formar sua própria opinião, se baseiam na sua visão estreita e unilateral que só lhe permitem chegar à conclusões a partir das opiniões de outros.
Aprendi que devemos dar aos outros o benefício da dúvida. Será que ele é culpado? Será que ele é bom? Mesmo que alguém parece muito simpático ou que não tenha uma cara muito boa, sempre permito que a pessoa se apresente e dou um tempo até tirar minhas conclusões. A primeira impressão nem sempre é a que fica. As pessoas mudam de humor, oscilam eu comportamento entre os extremos de ser sociável e solitário.
Da mesma forma são os lugares. Um ambiente é feito de pessoas. E se as pessoas oscilam, os ambientes também oscilarão. A minha regra básica é permanecer em um determinado lugar por certo tempo e ver como as pessoas nele oscilam. E essa variação do ambiente vai depender de muita coisa. Há cidades consideradas destinos perfeitos, mas atente-se para o complemento dado à essa frase. Uma cidade considerada perfeita para passar as férias ou para fazer um detóx da alma pode ser um péssimo lugar para morar. Um ambiente considerado ótimo para trabalhar e ganhar dinheiro pode ser considerado péssimo para se viver.
Mas não podemos nos deixar levar por essas listas infinitas de destinos e rótulos dados à tantas coisas. As janelas retangulares pelas quais vemos muitas dessas listas são apenas um dos vários ângulos de pessoas e lugares. Se considerarmos que pessoas têm vários ângulos e que lugares são feitos de pessoas, imagina quantos ângulos tem um lugar.
A nossa tentativa de eliminar os riscos de viver acaba tirando da nossa própria natureza aquele espirito de aventura que foi o responsável por trazer a humanidade tão longe. E a culpa de tudo isso é o nosso medo constante de provar as teorias que ocupam a maior parte do movimento que ocorre através das janelas de nossa vida.

Prezo pelo dia em que todos nós possamos ser livres de nossas bolhas particulares e recuperemos a nossa natureza exploradora. Que possamos descobrir nossos mundos e parar de disputar um pedacinho de janela. Que termine essa busca por mais do mesmo e que a diversidade alimente a nossa fome de vida.

SOFRIMENTO



Sofro
Sofro todos os dias
Sofro noite e dia
Sempre sofri

Brigo
Brigo comigo mesmo
Brigo até com o tempo
Sofri pro brigar

Choro
Choro com olhos vermelhos
Choro ao toque do vento
Choro e não me contento

Vivo
Vivo como a chuva
Vivo com o rosto em chamas
Vivo por um vale em luz

Canto
Canto com a alma ardendo
Canto com a face em cólera
Canto o grito da alma

Danço
Danço no baile dos loucos
Danço com as sombras dos sonhos
Danço só e sem par

Me perco
Me perco mesmo em meus passos
Me perco são em teus braços
Me perco, lúcido e vão

Suspiro
Suspiro por vazias razões
Suspiro por entre os dragões
Suspiro ao fitar os teus olhos

Caio
Caio em vã agonia
Caio em minha própria armadilha
Caio pra não mais levantar

Então sofro, brigo e choro
Vivo o cântico em que me perdi
E suspiro outra vez ao cair

Com o sofrimento ainda por vir

Um humano ultrapassado no mundo atualizado



Estou entre as paredes, como em uma bolha transparente, que lhe permite ver o lado de fora, preso entre as correntes.

A gente vai vendo a vida lá fora, o mundo girando e crescendo de tempo em tempo. Pessoas chegando e indo embora. Tem gente crescendo e plantando semente. Tem gente que até e lembra da gente. Mas ninguém para, nem te põe na mala.

E a gente segue a vida assim, observando, ou melhor, assistindo a vida alheia. Por várias vezes eu mesma ouvi dizer, que a gente tem que fazer por merecer. Mas quem é que vai reconhecer o valor que temos eu e você? Isso ninguém veio me esclarecer.

Assim como milhares de outras pessoas nos estudamos, nos educamos, fizemos tudo que nos foi dito e uma pouco além disso. Nos vestimos de acordo com a ocasião, aprendemos a ouvir muitos “nãos”. Nós nos curvamos diante de ditadores estúpidos, nos transformamos num muro de lamúrios, fomos mestres dos disfarces e e aprendemos que a trapaça também faz parte. Mas no fim à que se deve toda essa arte? Pra descobrir, anos mais tarde, que não basta só a vontade. E que seguir as regras não é primordial. Seguir as regras não é nem mesmo necessário.

E lá e foram mais alguns anos, se repetindo, se replicando. Você é uma cópia, uma parte de um todo igual. Você tem um esqueleto, acha que é um inteiro, que tem pensamentos inéditos e que seu roteiro é um diferencial. Mas o que te difere dos demais? Você é solteiro ou casado? É meio cego ou estabanado? Tem um único cérebro ou vários anexados?
Como transcender a barreira entre o comum e o diferencial? Eu tenho três mil e-mails não enviados. Cumprimentei um porteiro. Dei meu lugar à um aleijado e ainda o chamei de deficiente. Porque a gente tem que respeitar toda essa gente, que mesmo sem ter coração mora com a gente aqui nesse mundão.


Eu não passei em vários processos eletivos onde mal caráteres foram admitidos. Eu não consegui o emprego dos meus sonhos. Mas no fim acabei tendo outro sonho. Eu mudei de ideia, mudei meus planos. Só não mudei de corpo, que ainda é o mesmo meio surrado, com quase nenhum acessório e um programa ultrapassado.

O CHÃO


Eu não tenho mais chão

Eu não tenho mais vida

E talvez eu não mais exista


Deixei de lado a razão

Fui buscar numa mesquita

Qual o segredo da vida


Encontrei um caixão

Ao lado, meu coração

E uma voz me suplicava: “persista”


Abandonei o coração

Ouvi a canção em seguida

Me falando da vida


Enfim senti de novo o chão

O gosto frio da minha vida


Não vivida